quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Apenas falava

Falava-mos de amor como se este não ameaçasse dar a sua graça na nossa duvidosa atmosfera. Praticava-mos consequências do sentimento amoroso sem ter antes experimentado o mesmo, sendo então uma dança sem alguma música para guiar e completar a arte. Éramos fingidos e nada mais que meros atores não cientes de tal espetáculo, que a cada significante ponteiro estava mais próximo de um desfecho. No meio de tanta pirataria, tentei lhe mostrar entre os carinhos que me proporcionava sem paixão, os olhos meus que suplicavam o mínimo de seu coração. Doía-me ser seu refúgio de uma vida amorosa deplorável. Angustiava minha mente e sono a sua certeza quanto ao meu ser como distração. Falava-me de amor sem dar o trabalho de sentir o meu verdadeiro odor. Dava-me amor, ainda que com dor.

Gabriela Martelo

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