quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Momento, não destino

Há ainda quem acorda com a traiçoeira ilusão de que a felicidade aguarda em algum lugar do destino, pronta para receber de braços abertos e nunca mais largar. Ela é efêmera. Curta ou duradoura, ela aparece e desaparece diversas vezes, e só é um ser feliz de verdade quem nota as suas visitas inesperadas. Felicidade não é uma consequência de alguma conquista, e sim meio de se chegar à ela. É como os outros sentimentos: você, certamente, não se sente triste a vida inteira, não sente saudade à cada milésimo de segundo e, por mais repugnante que você seja, não é sempre habitado pelo ódio. Generalizam que a felicidade é diferente, que um dia chegará e será eterna, porque há uma ideia de que o ato de sorrir está arqueado ao cumprimento de metas. A óbvia e tão não falada verdade é que você sente alegria nas pequenas coisas do dia, seja num ambiente familiar, num toque, numa voz, num cheiro, num beijo. Sendo assim, poderia dizer também que está entrelaçada com pessoas, porque a solidão mata a alegria de qualquer um.

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